2ª ExpoJOR – Relação de trabalhos inscritos

01/04/2019 11:52


A Comissão Organizadora da ExpoJOR 2019 divulga a relação de trabalhos inscritos nesta segunda edição:

Alteração (02/04, 11:10): Foi trocada a modalidade do trabalho Cobertura Multimídia da Copa do Mundo FIFA 2018, de JO7 – Produção em Jornalismo Digital para RT5 – Produção Audiovisual para Mídias Digitais.
Alteração (06/04, 12:44): Fez-se a inclusão da Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes como orientadora do Jornal-Laboratório Zero 2018.

Categoria Autor/a (es/as) Orientador/a (es/as) Título do Trabalho
1 RT1 – Programa Laboratorial de Áudio (Avulso ou Seriado) Thuana Bruna Raimond (líder)
Maya Lâinna Soares
Raisa Moreira Gosch
Profa. Dra. Leslie Sedrez Chaves Enegrecer: o racismo na infância
2 RT1 – Programa Laboratorial de Áudio (Avulso ou Seriado) Klaymara Karen da Silva (líder)
Diogo de Souza Medeiros
Giuliana Kelly Butkenicius de Arruda
Rafaela Coelho de Azevedo
Profa. Dra. Leslie Sedrez Chaves Somos todas Clandestinas
3 RT1 – Programa Laboratorial de Áudio (Avulso ou Seriado) Renan Gustavo Schwingel (líder) Profa. Dra. Leslie Sedrez Chaves Nós Servimos
4 RT1 – Programa Laboratorial de Áudio (Avulso ou Seriado) Iraci Helena de Oliveira Falavina (líder) Profa. Dra. Leslie Sedrez Chaves Querida Mãe
5 RT5 – Produção Audiovisual para Mídias Digitais Stephanie Huhn (líder)
Gabriel Guimarães Vieira da Silva
Prof. Dr. Antonio Claudio Brasil Gonçalves Papo de Copa – A edição de vídeo como ferramenta de comunicação digital
6 PT1 – Edição de Livro (Avulso) Diogo de Souza Medeiros (líder) Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto Olumbramento: Antologia de Contos
7 PT2 – Design Gráfico (Avulso) Lívia Tokasiki (líder)
Luiz Felipe Leão Buzzi
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto Logotipo do Projeto de Extensão Fotolivre360
8 PT2 – Design Gráfico (Avulso) Daniela Müller Brandão (líder) Profa. Me. Fernanda Nascimento da Silva A interseccionalidade nas Eleições 2018: Um retrato da desigualdade na política
9 PT2 – Design Gráfico (Avulso) Larissa Karla Martinelli (líder)
Bruna Elisa Mayer
Caroline Copatti Selbach
João Vitor de Azevedo Nunes
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Projeto Gráfico Jornal Zero – Ano 37
10 JO3 – Jornal Laboratório Impresso Natália Walter (líder)
Amanda Regina Rosa
Anna Beatriz de Mello La Marca
Bárbara Hammes Marques
Bianca Jung Cunha
Camila da Silva Saplak
Carol Gómez
Giovanni de Souza Vellozo
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Jornal-Laboratório Zero 2018
11 JO4 – Revista Laboratório Impressa Maria Clara Flores de Faria (líder)
Fernanda Kleinebing
Gabriel Guimarães Vieira da Silva
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto Asymétrique
12 JO4 – Revista Laboratório Impressa Sofia Soares Dietmann (líder) Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto Elis – Um Brasil feito com Arte
13 JO4 – Revista Laboratório Impressa Maria Helena de Pinho (líder) Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto D’esquina
14 JO4 – Revista Laboratório Impressa Rafaela Coelho de Azevedo (líder)
Diogo de Souza Medeiros
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto Desnu, arte subalterna
15 JO4 – Revista Laboratório Impressa Giuliana Kelly Butkenicius de Arruda (líder)
Klaymara Karen da Silva
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto Subversa
16 JO5 – Produção Laboratorial em Audiojornalismo ou Radiojornalismo (Avulso/Conjunto ou Série) Amanda Saori Teixeira (líder)
Virginia da Silva Witte
Profa. Dra. Leslie Sedrez Chaves Representa!
17 JO6 – Produção Laboratorial em Videojornalismo e Telejornalismo (Avulso/Conjunto ou Série) Pâmela Schreiner (líder)
Reginaldo de Castro
Prof. Dr. Antonio Claudio Brasil Gonçalves
Profa. Dra. Cárlida Emerim
Cobertura das Eleições Brasileiras 2018: O TJ UFSC e a construção da Rede Nacional de Telejornais Universitários
18 JO7 – Produção em Jornalismo Digital Camila da Silva Saplak (líder)
Aline Lima Ramalho
Profa. Dra. Stefanie Carlan da Silveira Florianópolis, a capital que dorme cedo
19 JO7 – Produção em Jornalismo Digital Maria Eduarda Gonçalves Dalponte (líder) Profa. Dra. Maria Terezinha da Silva Matéria-prima não é lixo
20 JO7 – Produção em Jornalismo Digital Amanda Regina Rosa (líder)
Carla Martins Mereles
Júlia Pinho Mallmann
Profa. Dra. Stefanie Carlan da Silveira Rendeiras: a história de uma geração
21 JO7 – Produção em Jornalismo Digital Pablo Mingoti (líder) Profa. Dra. Rita de Cássia Romeiro Paulino Esportes Floripa
22 RT5 – Produção Audiovisual para Mídias Digitais Andrey Piva Frasson (líder)
Fabio Tarnapolsky
Profa. Dra. Valci Regina Mousquer Zuculoto
Guilherme Gonçales Longo
Matheus Simões Mello
Cobertura Multimídia da Copa do Mundo FIFA 2018
23 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Luna Mariah Zunino Barbosa (líder)
Isabela Petrini Moya
Profa. Dra. Maria Terezinha da Silva Encarceradas
24 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Bruna Elisa Mayer (líder)
Bianca Jung Cunha
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Morte das abelhas gera graves consequências
25 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Lívia Schumacher Corrêa (líder)
Catarina Duarte dos Santos
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Cinco anos da PEC que garantiu direitos aos domésticos
26 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Carolina Maingué Pires (líder)
Eduarda Pereira
Manoela dos Santos Bonaldo
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Prof. Dr. Samuel Pantoja Lima
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Arquivos do Silêncio – Estado, família e sociedade têm dificuldade para combater a exploração sexual infanto-juvenil, deixando crianças e adolescentes desamparados
27 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Mariana Corrêa Passuello (líder) Profa. Dra. Maria Terezinha da Silva Hospital: Uma segunda casa
28 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Maria Luiza Pires (líder)
Giovanni de Souza Vellozo
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
À deriva em um mar de incertezas
29 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Mayara Heloísa Araújo Santos (líder)
Daniela Müller Brandão
Profa. Dra. Maria Terezinha da Silva Quantas curtidas eu mereço?
30 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Mahara Miranda de Aguiar (líder) Profa. Dra. Maria Terezinha da Silva Natural para quem? A apropriação mercadológica do movimento pró-beleza natural feminina
31 JO8 – Reportagem em Jornalismo Impresso (Avulso) Eliza Barcelos Della Barba (líder) Profa. Dra. Melina de la Barrera Ayres A saúde na balança da Justiça
32 JO10 – Reportagem em Telejornalismo (Avulso) Vitor Antonio Sabbi (líder)
Felipe Sales Cruz
Profa. Dra. Cárlida Emerim Jogando por profissão: O impacto dos e-sports na saúde de atletas e desenvolvedores de games
33 JO13 – Produção Jornalismo Literário e/ou de Opinião (Avulso/Conjunto e Série) Ilana Marcondes Cardial de Oliveira Farias (líder) Prof. Dr. Mauro César Silveira llha de Primeiras: A história de Ilhabela e suas três mulheres
34 JO14 – Jornal Mural Maria Heloísa Vieira (líder) Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Tattiana Gonçalves Teixeira
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Vamos Subir Leão
35 JO14 – Jornal Mural Giovanni de Souza Vellozo (líder)
Amanda Regina Rosa
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Olhares
36 JO14 – Jornal Mural Luiza de Almeida Monteiro (líder)
Eliza Barcelos Della Barba
Profa. Dra. Tattiana Gonçalves Teixeira
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Cincinatus
37 JO14 – Jornal Mural Carla Martins Mereles (líder)
Camila da Silva Saplak
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
A Guerra não tem rosto de mulher
38 JO14 – Jornal Mural Aline Lima Ramalho (líder)
Ilana Marcondes Cardial de Oliveira Farias
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Justiça 242
39 JO14 – Jornal Mural Catarina Duarte dos Santos (líder)
Lívia Schumacher Corrêa
Prof. Dr. Ildo Francisco Golfetto
Profa. Dra. Valentina da Silva Nunes
Jornal Mural Bilhetes
40 JO15 – Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Áudio e Rádio Josué Maia Frena (líder)
Daniela Müller Brandão
Evelyse Porto Ferraz
Giovanni de Souza Vellozo
Kaíky Goede Gayer
Thuana Bruna Raimondi
Profa. Dra. Valci Regina Mousquer Zuculoto
Guilherme Gonçales Longo
Nayane Cristina Rodrigues de Brito
Cobertura jornalística convergente das Eleições Gerais 2018 pela Rádio Ponto UFSC
41 JO16 – Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Vídeo e Televisão (Avulso/Conjunto e Série) Daniel Sborz (líder)
Eliza Barcelos Della Barba
Luiza de Almeida Monteiro
Profa. Me. Fernanda Nascimento da Silva Redes Vazias
42 JO16 – Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Vídeo e Televisão (Avulso/Conjunto e Série) Ana Cristina Machado (líder)
Maria Fernanda Somenzi Salinet
Profa. Dra. Cárlida Emerim Elas Resistem: Mulheres Nordestinas no Rock
43 JO16 – Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Vídeo e Televisão (Avulso/Conjunto e Série) Manuella Mariani (líder) Profa. Dra. Cárlida Emerim Quilômetros de vida: Histórias de caminhoneiros
44 JO16 – Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Vídeo e Televisão (Avulso/Conjunto e Série) Clara Comandolli de Souza (líder)
Andressa Ribeiro Santa Cruz
Profa. Dra. Gislene da Silva Laklãnõ/Xokleng: Os órfãos do Vale
45 JO16 – Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Vídeo e Televisão (Avulso/Conjunto e Série) Lucas Venceslau Krupacz Leal (líder) Profa. Dra. Gislene da Silva Revolução Silenciosa: 10 anos de cotas raciais na UFSC
46 JO16 – Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Vídeo e Televisão (Avulso/Conjunto e Série) Luiz Fernando Platt Carreirão (líder)
Francisco Souza Duarte
Profa. Dra. Cárlida Emerim Prazer, Morro do Horácio
47 CA4 – Videoclipe (Avulso) Francisco Souza Duarte (líder)
Carolina Maingué Pires
Prof. Dr. Antonio Claudio Brasil Gonçalves Chuva Fina

 

Um curso pioneiro

28/03/2019 17:50

Associando legado de conquistas inéditas e mudanças constantes para atualização, o curso de Jornalismo da UFSC completa 40 anos

Por Mahara Aguiar e Sofia Dietmann

Orientação Profa. Melina de la Barrera Ayres

Revisão Profa. Valentina da Silva Nunes

“Cheguei de manhã bem cedo. Muito empolgada, me achando superadulta por estar entrando na Universidade. À esquerda do Centro de Convivência da UFSC, em uma construção de um andar só, funcionava a gráfica universitária. Naquele prédio construíram uma única sala de aula. Só estávamos nós ali. Metade da turma era de pessoas da minha idade, jovens, de 18 anos; a outra metade era de pessoas de outras graduações, ou formadas, que sempre quiseram fazer jornalismo e agora tinham a oportunidade”.

Lúcia Helena Vieira decidiu tentar a sorte ao entrar no curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Ela estava entre os 40 estudantes da primeira turma da graduação, em 1979, e foi uma das 21 pessoas que se formaram quatro anos mais tarde. Quando os rumores da abertura do curso de Comunicação Social se confirmaram, Lúcia prestou vestibular e iniciou aquela que seria uma das experiências mais marcantes de sua vida. “Por tudo que aprendi, o acesso que tive a tanta coisa nova. 1979 era o começo da abertura política. Eu havia estudado a vida inteira sob a Ditadura Militar, então o ensino era muito diferente, o acesso era muito limitado. Foi na Universidade que eu descobri outras informações e conhecimentos”.

Quando a primeira turma iniciou as aulas, a proposta pedagógica do Curso ainda não estava fechada. Os professores eram todos de outras áreas. A estrutura  física era improvisada, a turma foi alocada no prédio que hoje abriga a Agência de Comunicação da UFSC (Agecom), ocupando três salas: duas destinadas às aulas e uma servindo de coordenação. Foi assim até 1981, quando o Curso passou a ocupar o espaço que mantém até hoje, no Bloco A do Centro de Comunicação e Expressão.

Reunião de formulação do curso de comunicação.
Fonte: LabFoto Jor-UFSC

Mesmo com espaço físico próprio, na década de 1980 a estrutura ainda era embrionária, os laboratórios levaram tempo até serem construídos. Isso porque, além de se tratar de um curso recente, o Projeto Pedagógico inicial, vivenciado por Lúcia Helena, previa poucas disciplinas práticas, e uma carga teórica alta. “Quando estávamos em entrevistas de emprego, dizíamos ‘eu não sei fazer isso, mas estudei muito sobre’. Não tive estúdio de rádio, nem televisão, apenas um laboratório de fotografia”, relembra Lúcia. Já Luciano Faria, ingressante na turma de 1985, contou com alguns laboratórios para sua formação, mas estes ainda eram poucos e pequenos. Passaram-se alguns anos até que o Curso obtivesse sua estrutura atual. Luciano lembra: “Chegamos a ocupar a Reitoria algumas vezes por equipamentos”. Segundo ele, era tudo bastante limitado..“Tínhamos apenas uma sala para revelar as fotos e uma ilha de edição para TV, o estúdio de rádio era minúsculo, ou seja, nossa estrutura era precária. Mas essa precariedade técnica era compensada, por outro lado, por uma forte formação teórica e política”.

Durante os anos 1980, os alunos cumpriam o importante papel de motivadores da corrida por novos materiais e equipamentos, para um ensino cada vez mais completo. O Centro Acadêmico Livre de Jornalismo (CALJ) nasceu em 1980, período em que o país vivia um momento político conturbado. Além da busca por estrutura, ao movimento estudantil coube o papel de ajudar na defesa dos direitos que envolviam a sua futura profissão. O CALJ passou a se  chamar Adelmo Genro Filho em 1988, em homenagem ao então recém-falecido professor do curso e um dos principais nomes teóricos do jornalismo brasileiro. “Uma homenagem mais do que justa, diga-se de passagem”, relata Luciano Faria, ex-aluno e amigo de Adelmo à época.

Professor Adelmo Genro Filho em sala de aula.
Fonte: LabFoto Jor-UFSC

A professora e atual chefe do Departamento de Jornalismo Maria José Baldessar, que também viveu a década de 1980 enquanto aluna, lembra com o mesmo fervor as discussões que conduziam o CA. “Foi um momento de efervescência política”, ressalta. E completa: “Nós precisávamos pensar no fim da ditadura e na liberdade de expressão, além de tentar entender o que tinha acontecido, porque ainda era tudo muito recente”. Luciano concorda. Para ele, que chegou a presidir o CALJ, “era isso que, muitas vezes, levava as pessoas a escolher o jornalismo. Muita gente queria lutar por uma sociedade melhor, mais justa”.

Deste modo, se por um lado, o governo vigente preocupava os jovens jornalistas, por outro, a motivação e empenho estudantis em construir um curso de qualidade derrubavam barreiras. Assim como Lúcia Helena, os futuros jornalistas se mantinham animados e engajados com a criação do curso. Em 1982, na terceira edição do Jornal Laboratório Zero – que, aliás, existe até hoje – fomos apresentados aos primeiríssimos comunicadores sociais graduados na UFSC. O slogan, distribuído em panfletos pelas empresas da cidade buscando divulgar os agora profissionais da comunicação, era enfático: “Esta turma quer por uma boca no mundo”.

O outdoor e seu criador, Jarsom Frank, integrante dos formandos de 1982.
Foto: Jornal Zero, nº 3, 1983.

E a turma realmente pôs: seus integrantes se tornaram renomados repórteres, professores, assessores de comunicação de ministérios e repartições públicas, tiveram suas trajetórias jornalísticas reconhecidas até em nomes de ruas. A rua jornalista Bento Silvério, do Kobrasol, em São José, está aí para comprovar. Desde então, quase 40 gerações de jornalistas – ou comunicadores sociais com habilitação em jornalismo, com era oficialmente denominado o curso – se formaram ali. Todos passaram pelo mesmo momento de desespero: a infinita corrida em busca de fontes para aquela “fatídica reportagem” – porque mesmo após todos esses anos, algumas coisas nunca mudaram.

Mas outras sim. A começar pela digitalização de todos os laboratórios. O processo começou do meio para o fim da década de 1990, quando  a universidade dava os primeiros passos em direção a Era Digital.

Janice Miranda, ex-aluna da turma de 1989, lembra até hoje a fala de seu professor: “o jornalista que tiver medo do computador pode esquecer a profissão, porque esse é nosso futuro”. A frase se provou verdadeira alguns anos mais tarde. As máquinas de escrever deram espaço aos computadores, e os rolos de fita transformaram-se em grandes telas e mesas de som. A mudança envolveu também o treinamento dos funcionários e servidores, que passaram a lidar com materiais completamente novos e desconhecidos. Vanessa Pedro, estudante do curso entre 1993 e 1997, viu essa transição na metade de sua graduação. “Os computadores começaram a ser instalados, e as aulas de redação, rádio e TV, passaram a ser com esses primeiros computadores. Mas independentemente da máquina ou do computador, sempre foi muito estimulado [a prática de] escrever”.

Laboratório de redação com máquinas de escrever.
Fonte: Acervo Lab Foto – Jor UFSC

Laboratório de fotografia.
Fonte: Acervo Lab Foto – Jor UFSC

 

 

 

 

 

 

 
Um movimento institucional para a reforma tecnológica das Universidades se iniciou em resposta aos resultados no primeiro Provão, exame organizado pelo Ministério da Educação (MEC), que tinha como objetivo avaliar a qualidade dos Cursos de Ensino Superior em todo o país. A prova, posteriormente substituída pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), obteve resultados alarmantes: as universidades brasileiras estavam extremamente sucateadas, e enfrentavam problemas de infraestrutura, administrativos e acadêmicos.

Na tentativa de reverter essa situação, no início dos anos 2000 o MEC criou o Fundo de Reaparelhamento de Laboratórios – ou Fungradão, como ficou conhecido. Em 2003, a UFSC recebeu mais de R$ 5 milhões em equipamentos como câmeras de vídeo, gravadores, retroprojetores, mesas de som, projetores multimídia entre outros, dos quais muitos foram destinados ao então curso de Comunicação Social, completando a passagem do curso da Era Analógica para a Digital.

Paralelamente, outras mudanças contribuíram para a transformação estrutural do curso. Em 1999, iniciou-se a reforma do espaço físico. “Nós apelidamos a reforma de Kosovo, porque foi derrubado absolutamente tudo. Durante todo aquele período, nós ficamos improvisados no primeiro andar do prédio”, lembra a professora Maria José, que coordenou a reforma ao lado do também ex-aluno, e agora professor, Fernando Crocomo. A conclusão da reforma no ano 2000 marcou o fim de uma era importante. As portas e janelas recém pintadas abriam-se para novos caminhos. O “shoppinzinho”, como ficara conhecido devido aos corredores largos e as paredes claras, marcava uma nova etapa dentro do curso.

Mudança: uma constante

A necessidade do curso de jornalismo de acompanhar as mudanças da sociedade se refletiu na constante revisão do Projeto Político-Pedagógico do curso, o PPP. A primeira grande onda de mudanças começou em 1983, com o ingresso de uma nova geração de professores que viria para transformar o futuro do curso. Recém saídos das redações, estavam todos muito familiarizados com o cotidiano da profissão e trouxeram consigo a vontade de aproximar o curso de Comunicação Social com a realidade do jornalismo diário.

Além disso, outro fator foi marcante no período: as teorias do professor Adelmo Genro Filho, que propunha um olhar específico do jornalismo. “A gente começou a amadurecer um Projeto Pedagógico que fosse só do jornalismo, em que fosse possível unir teoria e prática”, relata o professor Eduardo Meditsch, que esteve muito presente durante essa mudança. “É claro que isso gerou muita discussão dentro do curso. Em 1989, foram formadas duas chapas para concorrer à Chefia de Departamento e Coordenadoria de Curso. A primeira era a Opção Jornalismo e a segunda Opção Comunicação Social”.

Após debates acirrados entre professores e alunos, a chapa Opção Jornalismo foi eleita com dois terços dos votos entre professores, e servidores. Junto com ela, nasceu o primeiro Projeto Pedagógico no país voltado exclusivamente para jornalismo. Eduardo acredita que a mudança se deu, em grande parte, devido ao Conselho Paritário de Professor e Alunos — uma entidade que substituiu, durante mais de 10 anos, o colegiado do curso — onde alunos e professores tinham o mesmo número de votos em todas as decisões. “Foi muito rico o período do Conselho Paritário. Não só para os alunos – que tinham o mesmo espaço que os professores para decidir sobre o destino do curso, sobre as disciplinas – mas também para nós, porque isso não deixava a gente se acomodar”, lembra o professor Eduardo.

Vanessa, ao fundo, e sua colega Ana Paula Barreto, no estúdio de rádio.
Foto: Acervo pessoal de Ana Paula Barreto.

Desde sua criação, foram  modificadas disciplinas e eixos de conteúdo quatro vezes. As duas primeiras mudanças, em 1985 e 1991, foram mais radicais. A primeira nasceu do desejo de alunos e professores de criar “coerência entre teoria e prática no alargamento do mercado de trabalho do egresso focando, principalmente, em formas de comunicação alternativa”, como retoma a contextualização do PPP de 2016. Já a segunda, em 1991, foi a colocação em prática da reformulação para marcar os 10 anos de curso, chamada de Projeto Ano 10.

Foi com o terceiro currículo, iniciado em 1991, que Vanessa Pedro fez sua graduação. “Uma característica do curso era que a prática caminhava junto com a teoria, desde a primeira fase. Éramos muito incentivados a ir para a rua, ter a vivência de repórter, e também ao ato de escrever”. Segundo ela, foi uma experiência muito importante. “No programa Universidade Aberta, trabalhei na Rádio da UFSC, e passei por quase todos os cargos, viajamos muito, era uma escola dentro da escola”, relembra a ex-aluna.

1996 marcou o ano de implementação do Currículo de mais longa vigência do curso – foram quase 20 anos de pequenas alterações, como a adição de disciplinas voltadas para a internet e a obrigatoriedade de participação no jornal Zero. Os impasses e atrasos na implementação das novas Diretrizes Curriculares para o ensino de Jornalismo no país adiaram a implementação do novo Currículo, que começou a ser discutido em 2013 e entrou em vigor em 2016.

As mudanças não afetaram  apenas o Currículo e a formação dos estudantes. O perfil dos graduandos e dos professores sofreu uma significativa modificação do início do curso até os dias de hoje. Mais alunos de minorias sociais integram o corpo estudantil do curso, e grande parte dessa mudança  deve-se à Política de Ações Afirmativas, instaurada na UFSC a partir de 2008.

A professora Maria José, que era coordenadora quando a primeira turma de alunos cotistas entrou no Jornalismo UFSC, destaca esse momento como um importante marco na história do curso. A mudança, necessária, balançou o perfil socioeconômico da Universidade e fez com que quem antes era exceção, começasse a fazer parte da regra. “Eu entrei num curso basicamente branco. O jornalismo, até 2007, com seus 27 anos, tinha tido seis alunos negros.” Foi um período de 12 anos em que, segundo ela, “não entrou nenhum aluno de escola pública. Essa era a cara da Universidade, e isso mudou muito”, lembra a professora.

A multiplicidade de pessoas não se deu apenas no corpo discente. Hoje é possível identificar com mais clareza as diversas faces da comunidade brasileira entre professores, funcionários e servidores do curso. Entretanto, ainda há um longo caminho a se percorrer. Uma das mudanças atuais a se destacar é consequência de um projeto iniciado pelo Coletivo Jornalismo Sem Machismo – CJSM.

Alunas do curso em um dos eventos organizados pelo Coletivo JSM em 2015.
Foto: Coletivo JSM/Facebook.

Fundado no segundo semestre de 2014, o CJSM foi uma iniciativa das alunas do Jornalismo, buscando abrir novos canais de discussão sobre assuntos que envolviam machismo e desigualdade de gênero no curso. Uma de suas ações de maior repercussão foi a solicitação da criação da disciplina Jornalismo e Gênero, ofertada desde o primeiro semestre de 2016 como  disciplina optativa. Manoela Bonaldo, que entrou no curso em 2015, pode ver de perto a movimentação de suas colegas para que fosse montada uma proposta sólida ao colegiado de Curso e de Departamento. “As meninas do coletivo começaram a sua própria formação sobre feminismo para poder propor o que seria estudado na disciplina. Elas começaram a ler muitas coisas, falar com muita gente, a definir os objetivos. Foi um trabalho longo e de muito fôlego para que tudo desse certo”.

Mais que um curso: uma comunidade

Diversas iniciativas dos docentes e dos estudantes buscam expandir o aprendizado e as vivências em sala de aula para outros espaços. São atividades em que os alunos criam, empreendem, se preparam para o mercado, aumentam sua qualidade de vida e se engajam para tornar a experiência acadêmica ainda mais ampla.

Este é o caso de grande parte dos programas e Núcleos que compõem a Rádio Ponto UFSC, que completa 20 anos em 2019; o TJ UFSC, um dos mais premiados e conceituados telejornais universitários do Brasil; o Cotidiano, que incentiva a produção em jornalismo online, a Comunica!, primeira Empresa Júnior de Jornalismo da região; a Iniciação Científica, que introduz os alunos nos campos da pesquisa acadêmica; do Centro Acadêmico, local de integração e articulação estudantil; da Atlética Graus Bons, que promove competições, treinos e eventos de integração durante todo o ano; e de diversas outras iniciativas que surgem e se sustentam com a proatividade de todos os envolvidos.

Proatividade, aliás, é um dos conceitos que Bruna Elisa Mayer, aluna da turma de 2015.2, herdou de seus três anos participando da Comunica!, um ano como presidente, e outro como vice. “Eu não seria a pessoa que eu sou hoje sem minha vivência no MEJ [Movimento Empresa Júnior]”, resume Bruna. Para ela, a vivência na empresa, que é de iniciativa estudantil, foi fundamental para complementar sua formação profissional. “A gente está dentro da Universidade e já está muito preparado para o que vê lá fora, no mercado de trabalho. Isso é incrível”.

Outras experiências, como a Rádio Ponto, o Cotidiano e o TJ UFSC, são iniciativas institucionais que buscam ampliar a vivência e a prática dos alunos, materializadas em projetos de extensão. A professora Cárlida Emerim, coordenadora da Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC e uma das orientadoras do TJ UFSC, ressalta a importância de projetos como o telejornal. “Eles propiciam uma formação mais próxima da realidade do mercado de trabalho, onde se exercita a responsabilidade, o comprometimento com o social e a ética profissional e pessoal. Além disso, os projetos de extensão fazem parte de um tripé almejado pelas instituições de ensino de referência: ensino, pesquisa e extensão”.

Equipe TJ UFSC recebe prêmio no Intercom Nacional, em 2018, em Joinville/SC.
Foto: TJ UFSC/ Facebook.

No ar desde setembro de 2012, o TJ é exibido diariamente durante os períodos letivos, angariando dezenas de voluntários todo semestre. E o esforço dá resultados: os prêmios ganhos nos sete anos de existência se acumulam no currículo do TJ UFSC. É, atualmente, a melhor produção laboratorial em Vídeo e Telejornalismo do Brasil: ganhou, em 2017 e 2018, o prêmio Expocom Nacional na categoria. “Uma escola de prática intensiva de telejornalismo diário e ao vivo, com toda a estrutura e os ritos que a redação de um telejornal deve seguir”, finaliza Cárlida.

O Cotidiano é um projeto de extensão voltado para a experimentação de novos formatos online. Desde sua criação em 2006,  já passaram pela equipe mais de 135 pessoas, entre bolsistas, monitores e colaboradores. O trabalho desenvolvido se materializa no site e nas versões mobile e extensões no Twitter e Facebook, alcançando um acesso diário de, aproximadamente, 9 mil leitores.

De acordo com a Professora Maria José Baldessar, coordenadora do Cotidiano, “o objetivo do projeto é familiarizar o aluno com narrativas digitais e ferramentas para produção das narrativas. Nosso compromisso é sempre com a apuração e checagem das informações”. Diversos trabalhos realizados pelo Cotidiano já foram premiados. Entre eles, em um concurso organizado pela Escola Superior do Ministério Público da União, em 2011, recebeu o primeiro lugar da região Sul no 3º Prêmio ESMPU de Jornalismo Universitário, pela reportagem Trabalho escravo não é trabalho.

Já a Rádio Ponto UFSC comemora, em 2019, uma grande conquista: a iniciativa completa 20 anos. Inicialmente formulada como o Trabalho de Conclusão de Curso de Fabiana de Liz e Sabrina D´Aquino, em 1999, o projeto foi ‘adotado’ pelo Curso e, desde então,passou a funcionar com regularidade. No formato de uma webrádio universitária, é uma das três primeiras do país. A Rádio Ponto alia teoria, prática e experimentação, segundo a professora e orientadora do projeto Valci Zuculoto. “Por incentivar a experimentação, para além do que é convencional no exercício do radiojornalismo, não apenas complementa […] a formação do estudante no jornalismo radiofônico e em áudio, mas especialmente busca habilitá-los a intervir no mercado profissional de forma diferenciada e inovadora”.

Atualmente a Rádio Ponto busca oferecer uma experiência integrada.Além da programação normal, realiza coberturas especiais  em conjunto com outros projetos do Curso . “Nas últimas Eleições Gerais, […] o trabalho conjunto da Rádio Ponto se desenvolveu com o telejornal TJ UFSC, LabProjor, LabFoto, FotoLivre, Grupo de Investigação em Rádio, Fonografia e Áudio – GIRAFA, e Jornal Zero”, conta Valci Zuculoto.

Uma experiência diferente das demais é a da criação da Atlética de Jornalismo. Fora do universo da prática profissional, mas comum no meio acadêmico, as Atléticas são espaços de integração entre os alunos, principalmente através dos esportes. Agatha Morigi, ex-aluna da turma de 2008 e uma das fundadoras da Atlética Graus Bons, explica que a associação foi a segunda a ser fundada na UFSC, em 2010. “A Atlética tem o poder de fomentar muita coisa boa: esporte, música, novos contatos e amizades, e tem até mesmo uma responsabilidade social dentro do ambiente acadêmico, se quiser”.  

Essas são algumas das questões que permearam as salas de aula e corredores do curso nos últimos 40 anos, marcantes para alunos, professores e todos que passaram pelo Jornalismo nesta jornada. Como para Luciano Faria, a quem “o curso deu um embasamento teórico que  levo e vou levar para o resto da vida”. E Vanessa Pedro, que afirma ter vivido uma experiência intensa no curso. “Minha vida não teria o mesmo significado se eu não tivesse passado pelo Jornalismo”. Lúcia Helena Vieira concorda. Para ela “a UFSC sempre vai se diferenciar. São perceptíveis os conhecimentos de um aluno do Jornalismo UFSC num estágio, ou trabalho”. Essa é a expectativa para o futuro: jornalistas engajados, com respeito, tolerância e empatia, além da técnica e do conhecimento teórico.

Estudantes de jornalismo lotam o auditório Henrique Fontes em palestra da equipe do Profissão Repórter

28/03/2019 15:19
Texto: Alan Cavalieri, Comunica! Empresa Júnior de Jornalismo.
Fotografias: Aline Souza, Comunica! Empresa Júnior de Jornalismo.

O curso de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu, na sexta-feira, 22 de março, a equipe do programa Profissão Repórter (Rede Globo) para a palestra GloboLab, que faz parte das comemorações dos 40 anos do Curso de Jornalismo da UFSC.

Os repórteres Eliane Scardovelli e Caio Cavechini conversaram por 2h e 30 minutos com os mais de 150 estudantes e egressos dos cursos da UFSC, Unisul, Estácio, e integrantes de Coletivos jornalísticos que preenchiam o auditório.

Além de mostrar as experiências sobre o cotidiano e desafios da profissão, a palestra tinha o objetivo de buscar jovens talentos. Quem esteve no evento poderá participar de um processo seletivo de reportagens. Dez jovens jornalistas serão selecionados para passar cinco dias na redação do programa e suas matérias serão reeditadas sobre a mentoria de Caco Barcellos e equipe.

A palestra ministrada na UFSC foi a penúltima de um total de vinte duas realizadas pela equipe do programa em parceria com a Globo Universidade. O trabalho finalizou em Laguna, litoral Sul de Santa Catarina, no sábado 23 de março. O GloboLab percorreu 15 cidades, e retorna à São Paulo a espera das reportagens enviadas pelos futuros jornalistas que, de acordo com Eliane Scardovelli, devem querer trabalhar muito, “gastar sola de sapato” e estar dispostos a sair do seu senso de realidade na procura de novas pautas.

 

 

Moção de Louvor em homenagem aos 40 anos do Curso de Jornalismo

28/03/2019 14:30
Texto: Sofia Dietmann.

O Conselho Universitário – CUn aprovou, no dia 26 de março, a Moção de Louvor solicitada pela direção do Centro de Comunicação e Expressão – CCE em homenagem aos 40 anos do curso de Jornalismo. Por unanimidade, a leitura da moção reuniu jornalistas de diferentes gerações e que fizeram parte da história do curso.

Estavam presentes Maria José Baldessar, Chefe do Departamento de Jornalismo; Daisi Vogel, Coordenadora do Curso; Cárlida Emerim, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo; Alggeri Hendrick, Chefe de Expediente do Curso;  Eduardo Medistch, ex-professor; Paulo Brito, ex-professor, Sofia Dietmann, representante do Centro Acadêmico Livre de Jornalismo Adelmo Genro Filho – CALJ; Moacir Pereira, jornalista e ex-professor, Aderbal João Rosa Filho, Presidente do Sindicato do Jornalistas; e Ademir Arnon, Presidente da Associação Catarinense da Imprensa. Outros jornalistas influentes no cenário da profissão em Santa Catarina e na história do curso de jornalismo da UFSC também prestigiaram o momento.

 

Atuais e antigos membros do curso de Jornalismo da UFSC reunidos na reitoria em homenagem aos seus 40 anos.  Foto: JORUFSC

 

Leia a Moção na íntegra:

 

“Neste mês de março de 2019, o Curso de Jornalismo da UFSC completa 40 anos de fundação. Toda a sua história foi feita de desafios, trabalho e comprometimento de todos aqueles que por lá passaram: professores, servidores e alunos. Nessas quatro décadas, o Jornalismo UFSC formou 1.356 profissionais que se inseriram na sociedade brasileira: repórteres, apresentadores, cinegrafistas, fotógrafos, professores de jornalismo e outros tantos que fizeram dele sua primeira graduação e hoje atuam em outros campos profissionais. Hoje temos profissionais de excelência atuando em pequenos veículos no interior do Brasil e Santa Catarina, passando pelos maiores grupos de comunicação do país e em empresas internacionais.

A história do Jornalismo UFSC se mistura com a da luta pela democratização da comunicação no Brasil, já que nele se fundaram as bases dessa luta que ainda persiste, nos idos de 1981. Está em sintonia, igualmente, com a luta por uma Universidade pública, gratuita, de qualidade e inclusiva. É reconhecido como um dos melhores cursos do Brasil, tendo obtido notas máximas nas avaliações institucionais feitas pelo Ministério da Educação desde 1998. Essa qualidade é expressa na formação dos seus docentes, na qualidade de seus STAES e no desempenho de seus egressos.

Neste momento de transição das mídias tradicionais (destacando-se os jornais e revistas impressas, emissoras de rádios e TVs) para as mídias digitais, cujo suporte é a rede mundial de computadores, o advento das chamadas “fake news” impacta o jornalismo como profissão e gênero humano de conhecimento, socialmente reconhecido há mais de 400 anos.

Por fim, nesse momento de comemoração, é preciso destacar que historicamente, o jornalismo surgiu fazendo duas promessas à sociedade: a defesa da democracia e do paradigma da verdade. Ao celebrarmos estes 40 anos de criação do curso de Jornalismo da UFSC, somos convidados a defender, mais que nunca, o Estado Democrático de Direito e a verdade. É impensável o futuro da democracia sem a defesa de um jornalismo de qualidade, plural, crítico, inclusivo e independente em relação aos poderes constituídos.”

Mídia e migração na Europa é o tema da aula inaugural do POSJOR

25/03/2019 09:45

Texto e cartaz: divulgação POSJOR

O Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – PPGJOR realiza nesta segunda-feira, 25 de março, às 15 h, a aula inaugural do semestre 2019-1. Com o tema “Mídia e Migração na Europa”, o evento conta com palestra da pesquisadora alemã Susanne Fengler, da Universidade de Dortmund. Realizada no auditório do EFI (CCE/UFSC), a palestra será mediada pelos professores Eduardo Meditsch e Cristiane Fontinha. A aula inaugural faz parte das comemorações dos 40 anos do Curso de Jornalismo da UFSC e é uma promoção do PPGJOR em parceria com o Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH São Paulo). A palestra é aberta ao público.

SOBRE A PALESTRANTE

Susanne Fengler é professora de jornalismo internacional na Universidade de Dortmund e, desde 2008, diretora acadêmica do Instituto Erich Brost de Jornalismo Internacional (www.brost.org) .Atualmente, a professora doutora Susanne Fengler é chefe da MERCUR Graduate School of International and Intercultural Communication e coordenadora da Graduate School Media Assistance in the 21st Century – Applied Research, Improved Practice, (MEDAS-21), junto com os professores Jens Loenhoff e Barbara Thomas, projeto financiado pela Fundação Volkswagen. De 1996 a 2000, foi pesquisadora assistente na disciplina de Jornalismo e Gestão Editorial na Universidade Livre de Berlim, onde também colaborou para a criação de bolsas de Jornalismo Europeu. De 2001 a 2003, trabalhou com comunicação política. De 2004 a 2006, foi professora assistente no Instituto de Comunicação de Massa e Pesquisa de Mídia (IPMZ) da Universidade de Zurique, na Suíça. De 2007 a 2008, foi pesquisadora independente e professora visitante nas universidades de Zurique, Basileia, Lucerna, na Escola de Jornalismo Suíço (MAZ) e no Instituto Internacional de Jornalismo (IIJ). Além disso, é autora e editora de vários livros sobre jornalismo e responsabilidade da mídia, bem como editora associada da série de livros-texto Kompaktwissen Journalismus. No campo da pesquisa científica, tem especial interesse em estudos comparativos no jornalismo internacional, responsabilidade da mídia, jornalismo político e na teoria econômica do jornalismo.