A Ocupação Maloca UFSC, articuladora de lutas dos estudantes indígenas da UFSC e o curso de Jornalismo realizam, na próxima semana, uma série de atividades para dar visibilidade às diversas mobilizações dos estudantes indígenas ao longo do ano de 2022, pela demarcação de terras indígenas e permanência estudantil. Integram a programação uma exposição de fotografias, lançamento de um videodocumentário, palestras, debates, apresentações e cantos tradicionais.
A iniciativa foi contemplada em edital da Secretaria de Cultura e Arte (Secarte) da Universidade, que cede o espaço a iniciativas institucionalmente relevantes e tem apoio do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc), do Centro de Comunicação e Expressão da UFSC (CCE) e do Departamento de Jornalismo.
As fotografias e vídeos foram captados ao longo das diversas mobilizações que envolveram os estudantes indígenas desde o retorno da Universidade às atividades presenciais, entre elas: a campanha pela melhoria de condições da Maloca – ocupação que abriga atualmente 44 estudantes indígenas e 5 crianças de 9 povos. A viagem a Brasília, foi um momento histórico de atos nacionais contra a tese do Marco Temporal, que contou com o apoio da Universidade que cedeu um ônibus para a realização da viagem de uma semana, e o Acampamento Terra Livre – região Sul, na Aldeia Toldo Chimbangue, em Chapecó (SC), que reuniu mais de 600 indígenas do Sul do país em mesas de debates e apresentações culturais.
Atualmente a universidade conta com 243 estudantes indígenas regularmente matriculados em diferentes cursos incluindo a Licenciatura Intercultural Indigena do Sul da Mata Atlântica. A Comunidade Acadêmica Indigena hoje é composta por vários povos de todas as regiões do país, sendo: Xokleng, Kaingang, Guarani, Krenak, Xakriabá, Yawalapiti, Pankará, Atikum-umã, Pankararu, Parintintin, Baniwa, Baré, Tikuna e Sateré-Mawé.
A produção do evento acontece por meio do projeto de extensão Estudantes indígenas na cobertura dos atos contra o Marco Temporal, proposto pelo curso de graduação em Jornalismo, e ocorre em articulação direta com outros três projetos de extensão do curso: o telejornal TJ UFSC, o site Cotidiano e a iniciativa Jornalismo e Ação Comunitária. Os projetos promoveram oficinas de produção jornalística e a divulgação dos conteúdos produzidos pelos estudantes ao longo das ações de mobilização indígena.
Participam da organização do evento três docentes do curso de Jornalismo, as Professoras Isabel Colucci, Melina Ayres e Stefanie SIlveira, além de 25 estudantes, indígenas e não indígenas, de graduação e pós graduação dos cursos: Arquitetura e Urbanismo; Educação do Campo; Fonoaudiologia; Relações Internacionais; Psicologia, Ciências Sociais; Engenharia Civil, Nutrição, Graduação e Pós-graduação em Jornalismo. Os estudantes indígenas participantes do projeto são residentes da Ocupação Maloca e representam diferentes etnias do país.