História

Jornalismo da UFSC foi pioneiro em Santa Catarina

Vídeo: Jornalismo UFSC – 30 anos

Desde sua criação, há 30 anos, o Curso de Jornalismo da UFSC ficou conhecido como faculdade “alternativa”. Com uma proposta pedagógica inovadora, nasceu durante a ditadura comprometido com a democracia. Ao lado da formação científica e técnica, deveria estar a formação política. Segundo seu primeiro coordenador, professor Moacir Pereira, o lema era: “liberdade, consciência crítica e responsabilidade”.

O curso buscava suprir as deficiências do mercado de trabalho regional, que obrigava as empresas jornalísticas a requisitar profissionais de outros centros. Sua fundação era solicitada pelos jornalistas de Santa Catarina desde 1969.

A primeira turma iniciou as aulas em março de 1979, sob o regime de cogestão paritária – o primeiro caso no Brasil de uma escola onde alunos e professores tinham igualdade de direitos na hora de decidir que rumo seguir. Todos seriam responsáveis pelo curso. A participação dos estudantes junto aos professores permitia que se mantivesse o sentido de “curso” e se anulasse os efeitos da fragmentação dentro das universidades, imposta pelo governo, que em muitos casos acabavam com a organização e mobilização dos estudantes em suas turmas.

Os primeiros anos foram de intensa participação na vida política do Estado. Mas, se a formação política estava em alta, quando se formou a primeira turma, em 1982, constataram-se deficiências nas áreas técnica e científica. O Jornalismo funcionava com espaço físico reduzido, ocupando salas do prédio da Imprensa Universitária, tinha poucos equipamentos e quase nenhuma estrutura laboratorial. Em 1984 constatou-se a inviabilidade de um projeto estritamente político e muitos professores deixaram a universidade. O curso que se tornara conhecido nacionalmente como inovador, viveu um período de desânimo.

A reconstrução começou em 1988, quando se optou pela ênfase no Jornalismo em detrimento da comunicologia. Abriu-se mão da implantação de novas habilitações para que desde a primeira fase o aluno tivesse contato com a formação técnica e prática do Jornalismo, e se concentrassem os recursos disponíveis em equipar os laboratórios em bases profissionais.

Nas disciplinas teóricas, optou-se por chegar aos conceitos básicos das ciências humanas a partir da análise da realidade concreta. O Curso da UFSC também lançou no Brasil a disciplina de Teoria do Jornalismo, a partir do trabalho inovador do professor Adelmo Genro Filho. A formação política não foi descartada, mas com cuidado para que não se sobrepujasse às outras.

“Em matéria de jornalismo, competência técnica e espírito crítico têm que ser a mesma coisa”. Com base neste lema, em 1991 foi implantado o projeto Universidade Aberta. Inicialmente um programa de rádio, feito por alunos bolsistas supervisionados pelos professores, cobrindo os notícias do campus e a produção científica da UFSC. O projeto se expandiu com o passar dos anos, o curso ganhou equipamentos, e chegou a ter 35 bolsistas trabalhando em quatro áreas: rádio, televisão, mídia impressa e internet.

Foi o primeiro curso de jornalismo do Brasil a produzir para todas as mídias com periodicidade diária, e este trabalho foi reconhecido com o Grand Prix de Jornalismo conquistado no Expocom de 98. Em 1999, o projeto passa por uma redefinição, abandonando a área de comunicação institucional por falta de apoio da Reitoria da UFSC mas mantendo a condição de produtora multimídia.