A grande reportagem multimídia – ou longform – As quatro estações de Iracema e Dirceu

23/09/2015 12:16

Texto: Silvio Costa Pereira

http://www.clicrbs.com.br/…/DC_quatro_estacoes_i…/index.html

foi o tema da aula aberta realizada em uma parceria entre o curso de Graduação em Jornalismo, com a professora Maria José Baldessar e o Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR da UFSC, em 16 de setembro de 2015, com a jornalista Ângela Bastos e o editor de arte Fábio Nienow, ambos do Diário Catarinense.

A reportagem, cuja versão online tem construções um pouco diferenciadas para computador, tablet e smartphone, é composta por narrativas textuais, em fotos, vídeos, áudio e gráficos. Ela também foi publicada impressa, no dia 21 de junho

(veja em pdf:http://edition.pagesuite-professional.co.uk/launch.aspx…),

e tem como complementos online um webdoc
(http://www.clicrbs.com.br/…/DC_quatro_estacoes_…/webdoc.html) e

uma galeria de fotos (http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/…/as-quatro-estacoe…).

Por fim, o material também teve uma versão veiculada na RBS TV (http://g1.globo.com/…/reportagem-especial-acompanh…/4270554/).

Ângela e Fábio explicaram que o material foi adaptado para os diferentes dispositivos ou mídias. Por exemplo, na versão impressa as fotos puderam ser abertas em tamanho maior, no online o diário da repórter pode ser apresentado em áudio, e na versão para smartphone os textos ficaram mais enxutos. “O designer não pode ter a mesma cabeça para o impresso e para o online”, explicou Fábio. No entanto, a identidade visual foi mantida em todos eles.
A reportagem está centralizada na narrativa textual, tendo as fotografias também um papel importante. “Vídeos e áudios são como aspas na reportagem”, disse Ângela Bastos. Por isso eles são sempre curtos.

O trabalho nasceu quando a repórter percebeu, a partir do Censo de 2010, que havia miseráveis em Santa Catarina (http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php…),

mas que um estudo do IPEA http://www.ipea.gov.br/…/st…/PDFs/100713_comuni58pobreza.pdf)

sugeria que seria possível erradicar essa miséria até 2016, e que o estado poderia ser o primeiro no país a fazer isso. Sendo repórter especial do DC, Ângela propôs aos editores acompanhar uma família que estivesse nessa faixa, por um longo tempo. O trabalho foi realizado ao longo de 2 anos e 7 meses, sendo que 4 a 5 meses foram investidos para montar as diversas versões.

Além do texto, produzido por Ângela, foram usadas fotos e vídeos, feitos por ela e pelo repórter fotográfico Charles Guerra. Ângela usou uma câmera compacta – a mesma que foi emprestada ao menino Mateus para fazer as imagens que constam em ‘Outono’ -, enquanto Charles usou uma DSLR. O olhar do menino, aliás, traz um diferencial interessante, por mostrar ao leitor um viés adicional ao da jornalista. O diário da repórter é outra diferença deste para reportagens tradicionais, pois apresenta ao leitor informações adicionais, de cunho mais pessoal, mas que mesmo assim agregam na narrativa e auxiliam a compreender o contexto.