Nós, professoras e professores do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), juntamos nossas vozes e indignação cidadã aos milhares de brasileiros e brasileiras que hoje saem às ruas em defesa da Educação pública gratuita e de qualidade.
Neste dia 13 de agosto de 2019, seguimos a deliberação de nossa categoria, representada pela Apufsc-Sindical, e aderimos, portanto, à Greve Geral em Defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência. O ato – protagonizado por estudantes e trabalhadoras e trabalhadores é mais uma forma de alertar a sociedade para as ações do Governo Federal que têm como projeto político destruir a Universidade e Educação públicas, bem como o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia brasileiras, colocando em risco o futuro de muitas gerações e a soberania nacional.
Desde o começo do ano, os cortes de recursos para a Educação, o que inclui desde creches até as universidades, já ultrapassam R$ 6 bilhões. Atualmente, dezenas de instituições de ensino superior – institutos e universidades – estão com suas atividades prejudicadas e começam a acumular dívidas, vendo-se impedidas de arcar com despesas básicas como as de água, luz e telefone. Na UFSC, a Reitoria anunciou publicamente que, em função dos cortes, não há recursos para seguir funcionando a partir de setembro, o que compromete atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Ao mesmo tempo em que corta recursos, o Governo Federal apresenta o projeto “Future-se”, que atenta contra a Constituição Federal e representa o fim da Universidade pública, autônoma e inclusiva. Os efeitos de tal iniciativa – caso seja aprovada – serão imediatos nas Universidades e terão impacto igualmente desastroso em diversos setores da sociedade, como já denunciado por educadores, pesquisadoras e pesquisadores de todo o país.
Enquanto promove o desmonte na Educação, o Governo Federal atenta contra o futuro de trabalhadoras e trabalhadores com a atual Reforma da Previdência que retira direitos básicos essenciais e historicamente conquistados pela população, condenando, sobretudo os mais pobres, a trabalharem até a morte.
É contra esse estado de coisas, esse verdadeiro atentado realizado pelo atual Governo Federal, que estamos lutando e precisamos de sua atenção e apoio. Muito mais que reivindicações específicas, nossa luta é em defesa do Brasil, da sua soberania, porque sem Previdência Social e sem Educação pública de qualidade negamos à população brasileira qualquer esperança de um futuro digno e com oportunidades para todos.
Florianópolis, 13 de agosto de 2019.
Assinam:
Cárlida Emerim
Carlos Locatelli
Daiane Bertasso
Daisi Vogel
Elias Machado Gonçalves
Fernando Antonio Crocomo
Flávia Guidotti
Gislene Silva
Ildo Francisco Golfetto
Leslie Chaves
Maria José Baldessar
Melina de la Barrera Ayres
Rita Paulino
Rogério Christofoletti
Samuel Pantoja Lima
Tattiana Teixeira
Valci Zuculoto
Valentina da Silva Nunes